Estamos há 18 meses desde o início da pandemia e as consequências na área da educação são vivenciadas a todo momento. As Instituições de Ensino ainda buscam inovações e tecnologias para testar e aprovar a melhor maneira de dar continuidade ao trabalho seja ele através do modelo de aulas remotas ou não. Nesse sentido, a pergunta que professores, gestores e estudantes fazem no dia a dia é: qual programa ou modalidade de ensino adotar? Ou qual a melhor tecnologia a utilizar?
Refletindo sobre os desafios atuais do ensino, é importante que todos os segmentos envolvidos tenham claro que não é suficiente adotar diversas tecnologias sem a realização de um planejamento pedagógico completo. Não atingimos uma educação transformadora nos ambientes educacionais que simplesmente fazem uma transposição das aulas presenciais para o ambiente virtual. Portanto, repetir o modelo convencional, tradicional, expositivo, não é eficaz.
Assim, diante deste cenário, é fundamental ter clareza sobre as concepções de aprendizagem e criar aulas online para a nova realidade, aulas inovadoras e fundamentadas nas concepções epistemológicas de construção do conhecimento.
De forma prática, os professores podem utilizar estratégias para tornar o conteúdo mais interessante e garantir a proximidade com os estudantes. É essencial lembrar destes itens:
- Planejamento é tudo: organizar as aulas com foco no objetivo de aprendizagem e, a partir disso, escolher os recursos tecnológicos que irão dar suporte;
- Rotina: criar uma rotina de sistematização da aula online com seus alunos. Por exemplo: organizar uma trilha que será percorrida em cada aula passando por alguns tópicos, tais como tema, objetivo, conteúdo (slides, texto, vídeo), atividade/desafio para apropriação do conhecimento e fechamento com autoavaliação.
- Criar um canal no YouTube: Ainda que seja possível compartilhar vídeos no LMS da instituição, pode ser válido abrir uma conta no YouTube. O envio dos vídeos costuma ser mais simples e rápido e a plataforma permite que os alunos se inscrevam no canal, recebendo notificações sobre novas aulas todas as vezes que a acessarem.
- Diversificar os materiais: Cada pessoa aprende de uma maneira diferente. O desafio é apostar em pelo menos três formatos para alcançar o maior número possível de alunos. Ao invés de publicar dois textos em sequência, é recomendável mesclar com conteúdos em vídeo e em áudio, por exemplo.
- Manter o espírito de grupo: Com o isolamento social, as turmas estão afastadas. Preservar a sensação de pertencimento a um grupo aumenta o engajamento e permite que os estudantes esclareçam dúvidas entre si. É possível criar um grupo da disciplina em aplicativos de mensagens instantâneas, realizar reuniões por videoconferência e lives nas redes sociais, sempre incentivando os comentários.
- Aproximar o conteúdo da realidade: Estabelecer ligações entre o conteúdo aprendido em aula e o cenário de isolamento social gera identificação. A dica é explorar o tema da pandemia sempre pelo lado positivo, propondo soluções e reflexões para o futuro e proporcionando que os alunos tragam as suas experiências para o ambiente estudantil.
- Organizar uma apresentação de slides bem estruturada pode se tornar um ebook para estudo assíncrono, permitindo que o estudante possa chegar aos encontros da turma em tempo real preparado para questionar, debater e trazer novas reflexões sobre o conteúdo previamente estudado.
- Procurar sempre dar feedbacks aos seus alunos, elaborados por você ou com apoio de tecnologias, para que o estudante tenha um retorno de como está em seu processo de aprendizagem.
Concluindo esta reflexão, entre tantas tentativas, é o momento das instituições e dos docentes provocarem engajamento e interação, mesmo que com distanciamento, para que a ensino atual possa apoiar na superação desta situação de transição dolorosa, transformando a educação e a vida dos estudantes.